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É uma patologia crônica degenerativa que afeta a articulação do quadril levando a alterações anatômicas características como pinçamento articular , esclerose subcondral , geodas e osteofitose , decorrente de alterações bioquímicas , vasculares ou mecânicas com mudança das cargas impostas a esta articulação
Este processo inicia-se com a degeneração da cartilagem que recobre as superfícies acetabular e da cabeça femoral com degradação dos condrócitos , espessamento da camada basal da placa subcondral , fragmentação e separação da cartilagem , havendo uma inflamação da membrana sinovial com congestão vascular , fibrose e aderências intra-articulares.A cartilagem perdendo suas propriedades mecânicas faz com que o osso subcondral ,acostumado a menor pressão e atrito, suporte maior carga sofrendo achatamento e neoformação óssea .A formação de cistos subcondrais ou geodas ocorrem pela penetração de líquido sinovial , através dos espaços formados pelas falhas na cartilagem ,que reage com o osso subcondral que responde a agressão circunscrevendo a reação. A degeneração da cartilagem gera resíduos que se depositam na região ínfero medial da articulação , promovendo uma inflamação crônica local com calcificação (osteófito) medial de depósito , cujo aumento tensiona a cabeça femoral e a cápsula articular para lateral, provocando uma inflamação crônica súpero lateral com formação de osteófito de tração que representa um mecanismo de contenção da cabeça tendendo a deslocamento .A inflamação presente em diferentes regiões da cápsula irrita o nervo correspondente causando espasticidade, como a da musculatura adutora, e perda da elasticidade articular e mobilidade .

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A artrose pode ser primária ou idiopática, própria do envelhecimento natural , ou secundária conseqüente a doenças metabólicas, necrose da cabeça femoral, hemoglobinopatias, displasias ósseas, doenças inflamatórias, doenças de deposição de cristais, distúrbios locais (artrite piogênica, traumática, doença de Perthes, epifisiólise do quadril).

O quadro clínico apresenta dor no quadril de característica insidiosa e progressiva que pode irradiar para virilha, nádega, coxa e face medial do joelho, marcha claudicante ,limitação de movimentos (flexão, adução, rotação interna e externa), contraturas musculares e sinais de insuficiência de abdutores (trendelemburg).

O diagnóstico pode ser feito com exame radiográfico simples que demonstra condensação do osso subcondral, diminuição do espaço articular (pinçamento), osteofitose, cistos e geodas, subluxação da cabeça femoral e neo-formação óssea. A diferenciação diagnóstica deve ser feita com todas as patologias dolorosas do quadril e as causas secundárias de artrose.

Existem inúmeras maneiras de classificar a artrose do quadril, sendo a radiográfica de Bombelli de fácil compreensão, grau I esclerose subcondral, grau II é I + diminuição do espaço articular, grau III é I+II + osteófitos, grau IV é I+II+III + geodas.

O tratamento inicia-se com repouso relativo na fase dolorosa, fisioterapias e afins, medicamentos, uso de orteses para descarga de peso e exercícios orientados, importantes para manter mobilidade articular e evitar a rápida instalação da artrose.

As cirurgias de osteotomias podem ser realizadas numa fase precoce, onde existe boa mobilidade articular, cujo objetivo é melhorar a congruência entre a cabeça femoral e o acetábulo, oferecer uma maior superfície de contato articular, melhorar o braço de alavanca dos abdutores e deslocar a área de sustentação para uma parte não lesada.

As artroplastias de substituição total da articulação são os procedimentos que apresentam melhores resultados quando bem indicados, porém não estão livres de complicações. As próteses podem ser do tipo de fixação cimentadas , não cimentadas e híbridas; e de diferentes superfícies de contato articular como polietileno, metal, cerâmica e uma variação de modelo denominada "metal-on-metal hip resurfacing".

Para a realização da artroplastia é necessário que haja maturidade esquelética, integridade neuro-vascular e psíquica, e ausência de processo infeccioso ativo.


Espero que tenha gostado da nossa abordagem.
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