A gonartrose é uma patologia do joelho, de caráter inflamatório e degenerativo, que provoca a destruição da cartilagem articular podendo levar a uma deformidade complexa na articulação de caráter progressivo e que, na maioria dos casos, provoca desvios em varo.
Pode afetar tanto a articulação patelofemoral (mais precocemente) como a tibiofemoral (medial ou lateral). Nos casos mais evoluídos ambas se encontram comprometidas.
Classificação
A gonartrose pode ser classificada em:
- Primária: de origem idiopática;
- Secundária: decorrente de patologias inflamatórias, infecciosas ou traumáticas que destroem a estrutura da cartilagem.
Causas
As causas que envolvem o processo degenerativo são complexas, geralmente, iniciando-se com o envelhecimento. Porém, no decorrer da vida do indivíduo podem ocorrer fatos que acabam provocando o início precoce desse processo degenerativo natural, entre eles, as doenças inflamatórias ou infecciosas que destroem a estrutura cartilaginosa ou os traumas que envolvem a cartilagem, desencadeando assim a gonartrose.
Fisiopatologia da Gornartrose
O aumento de pressões sobre a cartilagem e/ou microtraumas no osso subcondral podem desencadear o processo da gonartrose pois a degradação progressiva da cartilagem leva a alterações estruturais na anatomia normal da articulação, como esclerose do osso subcondral e crescimento ósseo nas margens articulares e no assoalho das lesões cartilaginosas, levando ao comprometimento da elasticidade e o aumento da rigidez no local ocasionando microfraturas que regeneram-se de forma excessiva, gerando a formação de calos ósseos aumentando mais ainda a rigidez articular originando luxações, osteófitos e instabilidade articular.
As células da sinóvia se tornam metaplásicas acarretando em novos osteófitos, com proliferação sinovial e sinovite ativa. A atividade enzimática lisossômica e extralisossômica se encontram elevadas levando a degradação dos agregados e a perda de proteoglicanas da matriz óssea e colágeno do tipo II, causando a ativação de outras enzimas, como a colagenase, que destrói o colágeno, sendo aparentemente o fator principal na progressão da patologia e na destruição final da superfície articular.
A dor pode ser atribuída a vários mecanismos, como os estímulos nociceptivos gerados pelos mediadores inflamatórios captados através das terminações nervosas da sinóvia, cápsula articular, osso subcondral, periósteo, tendões e músculos. Também são implicados os neuropeptídios, como a substância P liberada pelas fibras aferentes C; o espasmo muscular; a presença de osteófitos e o edema periarticular que podem estar causando uma compressão nervosa.
Sinais e sintomas
Os sinais e os sintomas são geralmente bem localizados. Nota-se que no início da patologia a dor ocorre quando o paciente movimenta a articulação, percebendo alívio com o repouso. Com a progressão da doença, a dor passa a ocorrer mesmo com o esforço mínimo e até em repouso. A cartilagem não é inervada, por isso não é sensível à dor. Então a dor é sentida através de outras estruturas que constituem a articulação.
Assim os principais sintomas da gonartose são:
- Dores;
- Ruídos;
- Inchaços articulares;
- Rigidez articular (principalmente matinal);
- Desalinhamento articular;
- Deformidades;
- Dificuldade da capacidade de movimentação da articulação;
- Uso anormal da articulação;
- Alterações na marcha e no equilíbrio;
- Fraqueza muscular;
- Com a sensação de "aquecimento" relatada pelo paciente após algum tempo de movimento, ocorre a diminuição dos sintomas, podendo retornar se houver prolongamento do movimento.
No exame físico a articulação comprometida se mostra dolorosa a palpação e mobilização. Geralmente os sinais inflamatórios são brandos, não passando de um discreto edema, sendo que em alguns casos apresenta derrame articular.
Diagnóstico
O diagnóstico ocorre pela caracterização do quadro clínico de dor, deformidade (varismo), rigidez, crepitação, claudicação, progressiva subluxação articular, e sinais inflamatórios (mínimos, mas com exacerbações).
Com a realização do raio X pode-se verificar:
- Estreitamento da interlinha articular;
- Condensação subcondral;
- Presença de osteófitos.
Fatores de risco
A gonartrose é predominante no sexo feminino, entre 30 e 60 anos, tendo como fatores de risco alterações posturais, obesidade, profissões que exigem flexão prolongada e repetitiva dos joelhos, envelhecimento fisiológico, sequelas infecciosas, traumáticas, e de instabilidade ligamentar, microtraumas de repetição, fatores metabólicos, endócrinos e hereditários, cargas articulares excessivas, microtraumatismos de repetição, desalinhamentos articulares, e lesões meniscais.
Artrose no joelho tem cura?
Por se tratar de uma lesão irreversível a gonartrose não tem cura, portanto o tratamento fisioterapêutico visa o controle dos sintomas, a melhora funcional e retardar a progressão, promovendo o alívio da dor, impedindo a atrofia muscular, diminuindo a rigidez, fortalecendo e alongando a musculatura, e tentando reduzir a progressão da destruição da cartilagem.
Tratamento fisioterapêutico na Gonartrose
O tratamento da gonartrose é realizado através do uso de drogas analgésicas e anti-inflamatórias; injeções intrarticulares de corticosteroides; e fisioterapia.
Se o tratamento conservador não apresentar um bom resultado pode-se realizar o tratamento cirúrgico como artroscopia para lavagem e desbridamento articular; osteotomias corretivas; e artroplastia parcial ou total do joelho dependendo do grau em que se encontra a gonartrose.
O fisioterapeuta pode utilizar várias técnicas de tratamento, como o uso de eletrotermofototerapia, crioterapia, terapia manual, prescrição de exercícios terapêuticos em solo e água, assim como utilizar métodos mais abrangentes como a Reeducação Postural Global (RPG) e o Pilates, entre outros.
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